Desafio não é mais o motivo
Já faz tempo que a sofisticação dos ataques está ligada intimamente ao número cada vez maior de informações das empresas circulando na rede. Se antes, boa parte dos ataques eram feitos apenas para provar a capacidade de um cibercriminoso em invadir um determinado sistema, hoje essas informações valem dinheiro.
Os ransomwares —programas maliciosos que “sequestram” dados e só os devolvem mediante pagamento—, fizeram diversas vítimas ao longo de 2016. Estudos apontam que durante o ano passado, esse tipo de ataque a empresas cresceu três vezes, passando de um ataque a cada 2 minutos para um a cada 40 segundos.
Além do sequestro, a venda de dados no mercado negro virtual, principalmente na deep web, também é um dos principais estímulos para os hackers. Para se ter uma ideia, em 2016, dados de mais de 17 milhões de usuários do Linkedin estavam a venda no mercado negro por pouco mais de US$ 2.000.
Além do vazamento
Além de dados de usuários e senhas, alguns empresários deparam-se com o roubo de código-fonte, descrições de plano de marketing ou novos produtos e vazamento de informações confidenciais para concorrentes.
Foi o que aconteceu com o programador e empreendedor Sérgio Silva* (*nome fictício), que, em 2015, descobriu que um de seus funcionários havia roubado a descrição e o código-fonte de um dos produtos da empresa de tecnologia que ele administrava. “Não tinha ideia que ele tinha acesso a tudo. Um dos funcionários compartilhou sua senha e ele teve acesso a tudo”, conta o programador que não quis se identificar para a matéria.
Já Sandro Camargo, que hoje é arquiteto de soluções da empresa A System, conta que participou de um caso quando trabalhava em uma empresa de TV por assinatura que envolveu vazamento de informações por e-mail. “Detectamos e-mails de um gerente comercial enviando informações confidenciais para o seu e-mail pessoal. até que um dia ele enviou um desses e-mails diretamente para o concorrente direto”, conta. O profissional foi desligado da da empresa e processado.
E como monitorar tudo isso?
Com tantas informações armazenadas em estruturas em Cloud (na famosa nuvem) e trafegando pela rede, nem sempre é fácil monitorar todos os acontecimentos. Um velho clichê da segurança resume bem a situação —existem dois tipos de empresas no mundo: as que já sabem que foram hackeadas e as que ainda não sabem.
“Estimativas indicam que metade das companhias do mundo terá estruturas em Cloud ou Data Centers externos para recuperação de desastres primários até o ano que vem e, já em 2020, cerca de 30% das 2.000 maiores empresas globais estarão impactadas por grupos de ciberativistas ou cibercriminosos”, diz Mário Rachid, Diretor Executivo de Soluções Digitais da Embratel.
Para não cair na lista das empresas que “ainda não sabem”, muitas companhias têm optado por buscar serviços e ajuda de outras empresas especialistas, capazes de monitorar e prever determinados acontecimentos.
É o caso do Embratel Cyber Intelligence, uma solução lançada em 2016 pela Embratel capaz de identificar previamente possíveis ameaças, inclusive monitorando o que acontece no tráfego da rede e detectando movimentos na Deep Web, Dark Web e de dispositivos de Internet das Coisas.
De regra geral, a partir da coleta de dados nos clientes, a Embratel cria um perfil com as caraterísticas técnicas de cada estrutura. Diante de qualquer alteração, as empresas são avisadas imediatamente sobre movimentos indevidos e sobre as melhores estratégias de defesa para se protegerem das ameaças e para prevenirem novos ataques de negação de serviço (DDoS).
“Nossa nova solução pode ajudar as empresas a analisarem seus níveis de proteção e a monitorarem, com inteligência preditiva, eventuais movimentos na Internet”, diz o Diretor Executivo da Embratel.