Ao contrário do que aconteceu com quem nasceu nas décadas de 1980 e 90, as gerações mais novas contam com tudo o que a internet tem a oferecer desde o berço. Isso traz novos desafios em termos de educação, já que essas crianças e adolescentes estão formando caráter com o que aprendem fora e dentro da rede.

Pensando nisso, o Google desenvolveu um programa que envolve as crianças, seus pais e educadores para que, juntos, eles sejam capazes de promover e transitar por ambientes virtuais seguros.

Chamada Be Internet Awesome, a iniciativa tem foco em cinco lições-chave: compartilhe com cuidado; não caia em golpes; guarde seus segredos; seja legal; e, na dúvida, pule fora.

Para ajudar a fixar essas mensagens, o Google criou um jogo chamado “Internetland”, no qual os pequenos precisam combater hackers, phishers e valentões — “praticando as habilidades que eles precisam para serem bons cidadãos”, explica Pavni Diwanji, vice-presidente de engenharia para crianças e famílias no Google.

O programa também envolve um currículo educacional que pode ser usado nas escolas e um esquema de treinamento para os pais. Até youtubers famosos estão na iniciativa, a exemplo de John Green, What’s Inside? Family e MinutePhysics, que participam de uma série que reforça a necessidade de se proteger as crianças na internet.

A má notícia é que o Be Internet Awesome foi totalmente formatado para o público norte-americano, então, ao menos por ora, os pais brasileiros terão de se virar sem a ajuda do Google para ensinar bons modos virtuais aos filhos.

A geração dos millennials, que são as crianças nascidas a partir dos anos 2000, já está acostumada com a tecnologia. No entanto, os dispositivos móveis podem estar influenciando na hora de sono das crianças que passam o dia conectadas.

De acordo com uma pesquisa da Universidade de Londres, crianças de 6 meses a 11 meses que brincam com smartphones e tablets dormem menos que aquelas que não brincam. Cada hora de uso do touchscreen resulta, em média, em 15,6 minutos menos de sono ao longo do dia, sendo que aumenta para 26,4 minutos a menos por noite.

“Não é uma quantia grande quando você está dormindo de 10 a 12 horas por dia, mas, no caso do desenvolvimento de crianças, cada minuto conta”, explica o coautor do estudo Tim Smith.

No entanto, os pesquisadores afirmam que ainda é muito cedo para dizer se a tecnologia nos primeiros anos de vida pode ser prejudicial para o desenvolvimento. “As crianças analisadas durante o estudo usaram um touchscreen 25 minutos por dia, o que resultou em uma redução de 6 minutos, em média, do sono”, afirma Smith.

Além disso, estudos anteriores mostram que os dispositivos touchscreen ajudam a acelerar o desenvolvimento motor das crianças, quando comparado com aquelas que não tiveram acesso ao aparelho.