Pacientes no ambulatório de radioterapia do Hospital de Câncer de Barretos
Pacientes no ambulatório de radioterapia do Hospital de Câncer de Barretos

Um ataque de hackers afetou o sistema do Hospital de Câncer de Barretos (a 423 km de São Paulo) nesta terça-feira (27) e prejudicou a realização de ao menos 350 exames.

De acordo com o hospital, a invasão foi percebida por volta das 9h e afetou as unidades de Barretos, Jales e Porto Velho (RO), além dos institutos de prevenção em outras cidades do país. A Santa Casa de Barretos, administrada desde 2016 pela fundação responsável pelo Hospital de Câncer, também foi atingida.

Os hackers pedem o pagamento de resgate de US$ 300 (o equivalente a R$ 995,40, ao câmbio desta terça) por computador, a serem pagos em bitcoins, dinheiro digital usado para compras legais de produtos, mas também para diferentes transações ilegais.

Um crédito comprado no Brasil, por exemplo, pode ser sacado em dinheiro em qualquer parte do mundo ou ser usado na compra de armas e drogas na chamada “deep web” –a internet profunda. Além de serem isentas de cobranças de taxas, as transações são feitas sem a possibilidade de rastreamento.

Como só em Barretos o hospital tem cerca de mil computadores, o valor exigido como resgate, se pago, chegaria a R$ 995,4 mil.

Com a invasão, funcionários passaram a trabalhar em formulários manuais, o que deixou o serviço mais lento. No setor de radioterapia nas unidades de Jales e Barretos, cerca de 350 pacientes tiveram os exames prejudicados.

De acordo com o Hospital de Câncer, as informações dos pacientes estão “seguras e preservadas” e a previsão é que o sistema esteja normalizado em até três dias.

No mês passado, um ciberataque atingiu ao menos 150 países.

O pagamento de recompensa a hackers para reativar o acesso a computadores equivale a “negociar com bandidos” e deve ser evitado, segundo Fabio Assolini, analista da empresa de cibersegurança Kaspersky.

 

 

A Força Aérea dos Estados Unidos fez um convite à comunidade hacker para que as pessoas tentem invadir alguns dos seus sistemas que têm foco voltado ao grande público.

O programa dá sequência a uma nova forma de atuação do governo federal em relação a ameaças digitais. Se antes a cibersegurança era tratada como assunto estritamente secreto, desde o ano passado os EUA passaram a contar com ajuda externa para lidar com esse tipo de ameaça.

Em abril passado, foi lançado o Hack the Pentagon, o primeiro programa de recompensa por bugs das Forças Armadas. Mais tarde, os sites do Exército foram incluídos no esquema, e agora chegou a vez da Aeronáutica.

Tem havido pequenas aberturas a cada etapa. Por exemplo, esta será a primeira vez que gente fora dos EUA poderá participar. Hackers baseados no Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia estão livres para tentar invadir a Força Aérea em busca de premiações.

Os valores não foram informados, mas o TechCrunch conta que os interessados precisam se registrar pelo HackOne (que vem organizando esses programas junto ao governo) para participar. O credenciamento começará em 15 de maio, e as caças poderão ser realizadas entre 30 de maio e 23 de junho.