A dinamarquesa A.P. Moller-Maersk, maior companhia de transportes marítimos do mundo, divulgou na terça-feira (07 de Novembro) seu balanço trimestral com resultados abaixo das expectativas do mercado. O motivo: um ataque cibernético do ransomware Petya ocorrido em junho/2017, que custou à companhia entre US$ 250 milhões e US$ 300 milhões. (R$ 960 milhões – conversão do dólar no dia 09 de Novembro de 2017)
Os custos do ataque contribuíram para o prejuízo de US$ 1,5 bilhão no terceiro trimestre do ano, contra lucro de US$ 429 milhões no mesmo período de 2016. As receitas subiram de US$ 7 bilhões para US$ 8 bilhões.
A Maersk Line, subsidiária da Moller-Maersk para a operação de contêineres, foi vítima do vírusPetya, que afetou companhias em todo o mundo, principalmente na Ucrânia. Trata-se de um ransomware, que criptografa os servidores e exige o pagamento de um resgate para a remoção do bloqueio. Pelo comunicado, não ficou claro se a companhia pagou ou não os valores exigidos pelos criminosos.
Na época, a Maersk informo que o comprometimento dos sistemas de informática gerou problemas no processamento de pedidos, atrasando o embarque das cargas. O malware também provocou congestionamento em alguns dos 76 terminais portuários operados pela APM Terminals, também subsidiária da Moller-Maersk, incluindo portos em Nova York, Barcelona, Mumbai e Rotterdam.
Segundo o balanço da companhia, o ataque cibernético fez com que os volumes transportados no terceiro trimestre fossem reduzidos em 2,5% em relação ao mesmo período de 2016. A empresa também precisou reduzir suas projeções de lucro para o ano.
“O ataque cibernético impactou primeiramente julho e agosto, enquanto contingências relacionadas à recuperação do ataque resultaram em desenvolvimento negativo da performance em volumes, utilização e custo por unidade por todo o trimestre”, informou a companhia, no balanço financeiro.
Na última semana, o ransomware Petya assustou milhões de pessoas ao redor do mundo, trazendo ameaças à segurança e à estabilidade de serviços digitais em diversos países. Alguns dias após o início da disseminação do malware, surgiu a informação de que uma empresa ucraniana chamada MeDoc estaria envolvida no caso — a instituição fornece um sistema empresarial usado por quase 80% das companhias ucranianas.
Ao que tudo indica, o Petya começou a ser disparado para as vítimas por meio de uma falha de segurança na MeDoc. Rodando uma versão antiga de um FTP, os servidores da empresa teriam brechas que permitem aos hackers realizar invasões e disseminações com muita facilidade. E por ter ignorado essas vulnerabilidades após alertas, o governo da Ucrânia estaria indiciando a companhia judicialmente.
Agora, a situação fica ainda mais estranha… Nesta semana, policiais ucranianos armados de forma pesada teriam invadido a sede da MeDoc para levar servidores e outros equipamentos que serão analisados. Uma ação bastante ostensiva, ainda mais ao verificarmos que não houve qualquer tipo de reação dos funcionários fortemente vestidos.
Vídeo: https://youtu.be/TY5f2fmwcDE
O vídeo foi publicado no canal da Polícia Nacional da Ucrânia — que parece ser oficial, apesar de não verificado pelo YouTube. Ainda não se sabe que tipo de sanção pode ser aplicada pela justiça do país sobre a empresa.