Internet das coisas usa monitoramento do consumo e microfones para detectar fluxo acima do normal.

Pequenas cidades do mundo já estão usando big data para detectar vazamentos de água e reduzir o desperdício. É o caso de um pequeno distrito no estado americano do Tennessee, abastecido pela White House Utility District (WHUD), companhia responsável pelo fornecimento de água, coleta e tratamento de esgotos..

O distrito abastecido pela WHUD tem 90 mil habitantes e perdia por causa dos vazamentos US$ 300 mil ao ano. Uma quantidade de água suficiente para abastecer 2.239 casas era desperdiçada todos os anos por causa de problemas no sistema. As perdas eram crônicas, até que a empresa resolveu investir em tecnologia.

De acordo com Gary Wong, diretor da área de indústria na OSIsoft, fornecedora de sistemas de inteligência operacional, vazamentos e perda de receita por questões não relacionadas com a água são um problema crescente. Em média, segundo ele, pode-se esperar perda de 10% a 15% no trajeto da estação de tratamento até a torneira. Infelizmente, o percentual é muito maior hoje por causa da infraestrutura antiga, verbas reduzidas, equipes enxutas e o desafio de vigiar áreas enormes. “Chicago em um determinado momento registrava perdas de 60%, Manila mais de 60%.”

Wong explica que as perdas não significam apenas água que é jogada fora, mas as empresas de abastecimento normalmente são grandes consumidoras de energia e vazamentos implicam em perda de energia e consumo de produtos químicos.

Com a colocação de microfones no solo para detectar aumento do fluxo de água e monitoramento do consumo, a fim de perceber situações de “consumo” anormal, as perdas com vazamentos despencaram. Em dois anos, 2015 e 2016, a WHUD economizou US$ 900 mil. Para chegar e este resultado, a empresa dividiu o território sob sua responsabilidade em 39 subdistritos. Em seguida, começou a monitorar o fluxo de água através de 79 medidores de vazão e a saída com dados do Scada do centro de tratamento de águas residuais.

Analisando os diferenciais no PI System, criado pela OSIsoft, e mapeando os pontos quentes no ArcGIS, da ESRI, a WHUD pôde identificar vazamentos. Em uma decisão inteligente, preferiu não acompanhar o uso diurno. Em vez disso, comparou fluxo de entrada e saída entre 1h e 4h da madrugada. Quando qualquer grande consumo de água seria provavelmente vazamento. Assim os técnicos já seguiam para o local logo que chegavam na empresa. “Com 3,5 dias de implantação, o sistema já mostrava os resultados.”

Segundo Wong, outras cidades nos Estados Unidos e em outros países já se beneficiam da tecnologia para reduzir o desperdício de água. “Gosto do estudo de caso da WHUD porque mostra que o conceito de indústria 4.0 ou Internet das Coisas (IoT) não é só para grandes corporações.