Você sabia que o Google Forms é uma ferramenta muito utilizada por cibercriminosos?

Imagem: Freepik

Lançado pelo Google em 2008, o Google Forms se tornou uma das ferramentas mais populares para criação de formulários e enquetes on-line, respondendo por quase metade das pesquisas digitais segundo alguns estudos.

Essa ampla adoção, porém, também chamou a atenção de cibercriminosos. Sempre prontos para explorar plataformas conhecidas, eles passaram a utilizar o serviço como meio para obter dados sigilosos de vítimas e, em alguns casos, até induzir o download de softwares maliciosos.

Porque a ferramenta se tornou alvo de criminosos?

Eles se aproveitam dessa ferramenta por alguns motivos bem específicos:

  • Gratuito e fácil de usar
    Qualquer pessoa com uma conta Google pode criar um formulário em minutos, sem precisar de conhecimento técnico ou pagar nada.
  • Confiança da marca
    Links com o domínio docs.google.com ou forms.gle passam credibilidade, já que vêm de um serviço legítimo do Google. Isso ajuda a enganar as vítimas, reduzindo a desconfiança.
  • Dificuldade de bloqueio
    Muitas soluções de segurança (filtros de e-mail, firewall, antivírus) hesitam em bloquear links do Google, pois poderiam causar falso positivo para conteúdo legítimo.
  • Versatilidade para golpes
    Criminosos usam o Google Forms para:
  1. Phishing (pedindo login, senha ou dados bancários).
  2. Fraudes de cadastro (ofertas falsas de emprego, prêmios, promoções).
  3. Coleta de dados pessoais para revenda ou uso em ataques posteriores.
  • Dificuldade de rastreamento
    Como os formulários estão hospedados nos servidores do Google, fica mais difícil para as vítimas ou administradores rastrearem a origem real do golpista

O problema não está na ferramenta em si, mas no fato de ela ser confiável, amplamente aceita e muito fácil de configurar, o que torna o Google Forms um “cavalo de Troia” perfeito para ataques de engenharia social.

Alguns sinais mais comuns para identificar um Google Form malicioso

1. Endereço de remetente suspeito

  • O formulário chega por e-mail vindo de um domínio estranho ou parecido com um legítimo (ex.: contabilidade-go0gle@gmail.com).
  • Muitas vezes usam e-mails pessoais gratuitos, não corporativos.

2. Conteúdo que cria urgência ou pressão

  • Mensagens como “responda em até 24 horas”, “sua conta será bloqueada” ou “última chance”.
  • Essa tática explora o medo ou a ganância para forçar decisões rápidas.

3. Pedido de informações sensíveis

  • Solicitação de senha, número de cartão, CPF, token de autenticação ou outros dados que nenhuma empresa séria pediria via formulário.
  • O Google Forms não é seguro para transmitir credenciais.

4. Erros de ortografia e gramática

  • Golpistas costumam usar traduções automáticas ou textos copiados sem revisão.
  • Frases mal estruturadas e erros básicos são bandeiras vermelhas.

5. Falta de identidade clara

  • O formulário não tem logotipo oficial, informações de contato ou link para o site da empresa.
  • Quando tem logo, muitas vezes é uma imagem borrada ou copiada.

6. Link encurtado antes do Forms

  • Alguns golpistas usam encurtadores (bit.ly, tinyurl) para esconder que o destino é um Google Forms suspeito.
  • Isso também dificulta ver a URL real antes de clicar.

7. Uso de anexos suspeitos junto ao link

  • E-mails que trazem arquivos PDF ou DOC junto do link para o Forms — o anexo normalmente contém instruções falsas ou malware.

8. Solicitações não relacionadas ao contexto

  • Receber um formulário de “atualização cadastral” de um banco onde você não tem conta.
  • Ofertas de emprego para vagas que você nunca se inscreveu.

Proteger-se contra esse tipo de golpe exige atenção redobrada e uma boa dose de desconfiança. Antes de preencher qualquer formulário, confirme a origem, valide o remetente e questione a real necessidade das informações solicitadas. Empresas legítimas jamais pedirão senhas ou dados bancários por esse meio.

A conscientização é a melhor defesa: compartilhar esse conhecimento com colegas, familiares e amigos ajuda a reduzir o alcance das tentativas de fraude. Afinal, no mundo digital, a prevenção continua sendo a ferramenta mais poderosa contra os cibercriminosos.

Por Citis