Um estudante de engenharia de uma universidade do Chipre baixou e analisou mais de um bilhão de credenciais que vazaram em várias violações de dados sofridas por diferentes empresas. Uma das principais descobertas dessa análise é que 123456 é a senha mais comum e mais reutilizada nos últimos cinco anos, repetindo-se mais de sete milhões de vezes.
As combinações de nome de usuário e senha que compõem esse enorme pacote de credenciais analisadas estão disponíveis publicamente em fóruns de hacking, portais de compartilhamento de arquivos ou mesmo repositórios como GitHub ou GitLab. De fato, muitas dessas credenciais vazadas foram coletadas e usadas por serviços como Have I Been Pwned e até mesmo por gigantes da tecnologia como Google, Microsoft ou Apple para implantar sistemas que avisam os usuários ao criar uma nova senha que seja fraca ou muito comum, destaca o portal ZDNet.
Além de confirmar algo que já sabíamos, dado que a afirmação de que 123456 é uma das senhas mais comuns coincide com o que é revelado anualmente pelo relatório publicado pela NordPass com sua lista anual das piores senhas, o estudo realizado pelo estudante Ata Hakç?l produziu outros dados interessantes que refletem de alguma forma como os usuários interagem com as senhas.
As mais de um bilhão de credenciais analisadas foram compostas por 168.919.919 senhas e 393.386.953 nomes de usuários. Do número total de senhas analisadas, apenas 8,83% eram senhas únicas; ou seja, não se repetem. No entanto, o lado oposto dessa realidade é que uma alta porcentagem de senhas se repete. De fato, de acordo com a análise de Hakç?l, a lista com as 1000 senhas mais frequentemente repetidas representa 6,6% de todas as senhas, enquanto a lista das milhões de senhas mais comuns é composta por 36,2% do total de senhas analisadas.
Por outro lado, outros dados interessantes que emergem da análise são os seguintes: o comprimento médio das senhas é de 9,8 caracteres; que apenas 12% das senhas contêm caracteres especiais; que 29% das senhas são compostas apenas por letras e 13% apenas por números e que 34% de todas as senhas terminam com um número.
Tudo isso demonstra a falta de complexidade de uma alta porcentagem das senhas e como são vulneráveis aos ataques de força bruta, um tipo de ataque com maior porcentagem de sucesso na medida em que as senhas são fracas. O ataque consiste no uso de diferentes técnicas para testar combinações de senhas para descobri-las e obter acesso a um sistema.
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