Embora seja vista como equalizadora de oportunidades, a tecnologia ainda desafia as PMEs quando entra em jogo a competição e o nivelamento às gigantes de seus respectivos setores.
Os impactos da sociedade digital são facilmente identificados em diferentes setores de atividades. As pequenas e médias empresas (PMEs), por exemplo, estão mais confiantes no uso da Tecnologia da Informação para serem mais bem-sucedidas e obaterem resultados de negócios melhores e mais sólidos. A comprovação está em um estudo conduzido pela MasterCard com o objetivo de verificar como as PMEs se relacionam com a tecnologia.
O estudo qualitativo e quantitativo realizado ouviu mais de mil profissionais de TI de PMEs em quatro países onde a MasterCard atua: Canadá, Brasil, Alemanha e África do Sul, no período de agosto a novembro de 2013. O estudo partiu do princípio de que os avanços nas comunicações e tecnologia têm proporcionado grandes mudanças dentro do varejo global. E que esses avanços tecnológicos acabaram também nivelando o mercado para as PMEs poderem ser mais competitivas, inclusive em áreas lideradas por grandes empresas.
As empresas foram divididas em três categorias: microempresas (um a nove funcionários), pequenas (10 a 49 funcionários) e médias (50 a 500 funcionários). A MasterCard ainda agrupou os setores mais relevantes em quatro segmentos:
– Varejo: lojas de vestuário, artigos esportivos, para o lar e produtos alimentícios.
– Serviços pessoais: drogaria, lavanderias, oficinas e salões de beleza;
– Restaurantes: cafeterias também estão inclusas na categoria;
– Hospedaria: hotéis e demais negócios relacionados a hospedagens (como hostels e pousadas) e agências de turismo.
De acordo com o estudo, a tecnologia ainda constitui um grande obstáculo às PMEs no mundo, principalmente quanto a custos (46%) e escassez de know-how (31%). Isso acaba refletindo em suas estratégias de comunicação e marketing. Com isso, as estratégias de marketing envolvendo tecnologia são mais voltadas a métodos tradicionais (newsletter, envio de e-mail direto e e-mail marketing), que continuam sendo amplamente utilizados por esse perfil de empresário.
Independentemente da indústria ou localização, os desafios de marketing/comunicação mais citados estão relacionados a identificar e alcançar novos clientes: mais de 32% dos pesquisados afirmaram que ações de marketing e promoção via internet eram mais desafiadores, enquanto 28% declararam que oferecer benefícios de fidelidade e ofertas direcionadas a clientes são particularmente trabalhosas.
E-commerce ainda é pouco usado
Embora seja vista como equalizadora de oportunidades e facilitadora de processos, a tecnologia é, ao mesmo tempo, um grande desafio para as PMEs quando entra em jogo a competição e o nivelamento às gigantes de seus respectivos setores: 90% delas estão online, mas apenas uma em cada cinco tem um e-commerce efetivo.
Há gaps entre a tecnologia utilizada na interface com o cliente e o back-office: metade das empresas não realizam integrações entre as plataformas. O próprio ponto de venda é visto como oportunidade: novas tecnologias de interação com os clientes podem ser sincronizadas com e-commerce, por exemplo, além de outros sistemas. Isso pode colaborar para atenuar os desafios tecnológicos que essas empresas enfrentam.
Além disso, há diferenças regionais na adoção da tecnologia: 92% dos microempresários brasileiros consideram tecnologia um elemento vital para tocarem seus negócios, enquanto menos da metade dos microempresários alemães (46%) consideram essa premissa verdadeira. Em média, 56% dos microempresários canadenses e brasileiros usam smartphones para tarefas do dia a dia em seus empreendimentos, enquanto apenas 32% dos alemães e sul-africanos fazem o mesmo.
O setor hoteleiro e restaurantes foram identificados como os empreendimentos que mais investem em tecnologia para o consumidor final (8,1% da receita), bem como sistemas de back-office (11,8% da receita). Negócios relacionados à hospedagem, como hotéis e pousadas, são altamente propensos a utilizar plataformas como e-commerce e e-mail marketing. Enquanto isso, mais da metade dos restaurantes (51%) utilizam softwares de gerenciamento.