Como já era esperado, o Windows 10 não permitirá que os usuários evitem as atualizações do sistema.
Os termos de uso do software exige que os usuários aceitem que a Microsoft instale os updates em seus computadores sem precisar notificá-los.
Essa já era uma suspeita de longo prazo. No Insider Preview, os usuários não tinham como evitar as atualizações e só poderiam escolher, no máximo, quando o computador seria reiniciado. No entanto, isso poderia acontecer por se tratar de uma versão de testes, mas já está confirmado que não é o caso.
A build 10240 do Insider Preview, que deve ser escolhida para ser distribuída para fabricantes de PCs instalarem em seus novos produtos, traz novos termos de serviço. Eles trazem o parágrafo abaixo, que deixam a situação bem clara:
Atualizações. O software verifica periodicamente a existência de atualizações do sistema ou dos aplicativos e as baixa e as instala. Você poderá obter atualizações somente da Microsoft ou de fontes autorizadas, e é possível que a Microsoft precise atualizar o sistema para fornecer essas atualizações. Ao aceitar este contrato, você concorda em receber esses tipos de atualizações automáticas sem nenhuma notificação adicional.
Isso pode ser percebido ao acessar o Windows Update. Até a versão 8.1, havia quatro opções de como lidar com as atualizações: baixar e instalar automaticamente; o download é feito automaticamente, mas o usuário decide quando instalar; verifica novas atualizações, mas o usuário decide quando baixá-los e instalá-los e, finalmente, nunca verificar, baixar ou instalar atualizações. A última opção nunca é recomendável, mas está lá para quem necessita.
Com o Windows 10, só há duas alternativas: checar, baixar, instalar e reiniciar o PC automaticamente; ou checar, baixar e instalar automaticamente e deixar o usuário decidir quando reiniciar a máquina.
A única exceção são os clientes corporativos. Estes, sim, poderão decidir quando e se vão instalar as novas atualizações, permitindo testes de qualidade e compatibilidade para garantir que o update não irá quebrar alguma função importante do sistema das empresas.
Para o usuário doméstico comum, o controle de qualidade ficará com os usuários do Insider Preview. O programa, com 5 milhões de cadastrados, irá continuar depois do lançamento e servirá para a Microsoft detectar se há algum algum problema grave antes de liberar as atualizações para o grande público.
Há pontos positivos e negativos na estratégia. A Microsoft facilita a vida de desenvolvedores e técnicos ao colocar toda a sua base de usuários sempre na última versão do sistema, o que é bom, além de garantir que todos têm as últimas correções de segurança. No entanto, é sempre bom lembrar que, em 2013, uma atualização desastrada do Windows 7, com o lendário pacote KB2823324, inutilizou vários computadores de 32 bits no Brasil. A habilidade de evitar updates foi o que salvou muitos computadores na época.
Fonte:Olhar Digital