Ah, a Deep Web. Fonte de tantas lendas e mistérios entre os usuários mais curiosos da internet, centro das histórias mais escabrosas que você já ouviu e que geralmente envolvem pedofilia, assassinato, tráfico de drogas e coisas do tipo. Se você já ouviu ou leu esse termo, talvez cometa um erro que muita gente comete: confundir Dark Web com Deep Web.
Para esclarecer um pouco a diferença, tenha em mente que a Deep Web é composta por conteúdos que não podem ser encontrados por mecanismos de busca, como o Google Search. Ela é o contrário da Surface Web, essa que você acessou para ler este artigo e na qual você navega quase diariamente.
É aí que entra a Dark Web, uma fatia pequena da Deep Web que é intencionalmente mantida escondida e não pode ser acessada por nenhum browser comum justamente por conter materiais que envolvem crimes e outras coisas muito mais pesadas. Muitas vezes, as pessoas mencionam Deep Web quando, na verdade, estão se referindo à Dark Web, esse cantinho maldito da nossa querida intenet.
A curiosidade matou o gato.
Muita gente já teve aquela curiosidade mórbida de acessar a Dark Web, mas o medo de ser pego fazendo algo errado ou de ser confundido com algum criminoso procurando o que não deve acaba sempre impedindo as pessoas de seguirem em frente com a empreitada.
Antro de criminosos?
Sim, a Dark Web abriga uma porção dessas coisas pelas quais é famosa: vídeos de pedofilia e outras práticas sexualmente doentias que traumatizariam até as pessoas mais “moderninhas” e que envolvem torturas indescritíveis, sites onde é possível comprar as drogas mais poderosas (e proibidas) do mundo e serviços onde você pode contratar assassinos “profissionais” para matar alguém – de verdade, na vida real mesmo.
Isso tudo é muito sério, envolve crimes gravíssimos e pode ser uma enrascada para quem apenas quer matar a curiosidade que sente em relação à Dark Web. Ainda assim, todas essas coisas compõem apenas uma parte bem pequena desse fosso de maldade da internet, sendo que todo o resto, a parcela maior, não passa de sites feios, antiquados e inúteis.
Voltando no tempo
Navegar pela Dark Web é como fazer um passeio na internet de 20 anos atrás em diversos sentidos. Em termos de design, as páginas – a maioria delas abandonadas – apresentam layouts horríveis, que lembram os sites toscos dos distantes anos 1990. Pior ainda é a velocidade sofrível de navegação, que lembra os tempos de conexão discada.
Isso acontece porque o Tor passa o tempo todo alterando as rotas de transferência de informação para evitar que dados sejam rastreados. É justamente esse comportamento que torna a Dark Web “segura” para que todo tipo de criminoso atue nesse ambiente sem correr o risco de ser pego (pelo menos não tão facilmente).
Assim, tudo funciona na maior lerdeza do mundo: GIFs levam uma eternidade para carregar, as páginas não abrem direito e nem pense em transmissão de vídeos como conhecemos hoje. Resumindo: os poucos milhares de sites da Dark Web (uma fração minúscula quando comparados com quase 1 bilhão de sites da Surface Web), quando não estão vendendo drogas, não apresentam links de phishing ou afirmam ser fachadas para lavagem de bitcoins, parecem obras de adolescentes iniciantes em cursos de HTML no final dos anos 1990.
Fonte: TecMundo