Depois de software ‘espião’, especialistas se preocupam com celulares Android

O ‘software espião’ da Lenovo gerou duras críticas de usuários e especialistas em segurança nas últimas semanas e até rendeu um processo para a empresa. Pré-instalado nos computadores, o adware Superfish seria capaz de monitorar os usuários, converter termos de busca em anúncios de lojas virtuais e também aprovar seu próprio certificado de segurança, coletando dados pessoais e deixando o usuário vulnerável a possíveis ataques. 

Mas atualmente a principal queixa de usuários e profissionais da área de segurança não são os PCs e sim os smartphones Android. Em celulares que rodam o sistema operacional do Google os bloatwares, aplicativos que já vêm instalados no dispositivo, estão crescendo a cada dia. "O problema dos bloatwares não é só o fato de que eles são difíceis de remover (a cada vez que é feito um reset de fábrica eles voltam), mas também que eles consomem bateria, dados do usuário e podem ultrapassar os limites de privacidade”, explica Irfan Asrar, pesquisador da empresa Appthority. 

Para entender por que esse setor continua crescendo mesmo desagradando o consumidor, é preciso lembrar que dispositivos que vêm com bloatwares de fábrica podem render às fabricantes mais receita, já que as desenvolvedoras pagam para serem distribuídas junto com os celulares. "Em alguns casos, isso até ajuda a subsidiar o preço do aparelho", explica Asrar. Ter um preço baixo é um diferencial no mercado de smartphones Android, que se torna cada vez mais competitivo pelo grande número de modelos. 

Para piorar a situação, quem compra um smartphone que rode o sistema em operadoras muitas vezes é obrigado lidar com o problema em dobro: a fabricante e a operadora de telefonia instalam uma série de aplicativos antes mesmo da compra, sem a autorização do consumidor. 

Soluções  

A Samsung parece estar empenhada em resolver esse problema: durante o lançamento do Galaxy S6 na Mobile World Congress, em Barcelona, a empresa afirmou que o usuário poderá optar por não baixar os apps da companhia no novo celular. Caso se torne uma tendência, isso pode ajudar a reduzir metade da questão. Se tornar sua própria operadora de telefonia também é apontada como uma boa solução por especialistas para que o Google elimine de vez softwares indesejados. 

OlharDigital