A explosão da Internet das Coisas nos próximos anos será tão grande que entrará em cena um novo ator: o IoT gateway — dispositivo que intermediará o fluxo de dados entre os sensores e o data center
A Internet das Coisas (IoT) foi considerada uma das tecnologias mais promissoras de 2015 pelo Gartner. De lá para cá, o uso e as aplicações relacionadas à IoT aumentaram rapidamente. O barateamento dos sensores, a melhoria de conectividade e os benefícios para as empresas e pessoas vem impulsionando seu crescimento. O desafio agora é gerenciar o imenso volume de sistemas funcionando fora de data centers e a enorme quantidade de dados gerados, sem que isto se torne uma dor de cabeça para a área de segurança.
Para se ter uma ideia, a explosão da IoT nos próximos anos será tão grande que entrará em cena um novo ator: o IoT gateway — dispositivo que intermediará o fluxo de dados entre os sensores e o data center, reduzindo os riscos de segurança com um custo relativamente baixo. Isso porque, ao adotar um IoT gateway, todos os dados coletados nos sensores de uma empresa poderão ser enviados a ele que, por sua vez, reunirá as informações e as enviará à nuvem ou ao data center (DC) — formando assim uma arquitetura de três camadas: nuvem ou data center, IoT gateways e sensores.
A adoção desse modelo permite que as organizações adotem sensores mais simples, que falem apenas com os gateways, com impacto direto nos custos dos projetos. Imagine, por exemplo, o investimento necessário para um shopping instalar sensores com diversas camadas de proteção em cada uma das suas vagas de estacionamento. O valor dos dispositivos inviabilizaria a iniciativa. Por isso, em implementações em escala, o uso de gateways e sensores que só se comunicam com eles faz muito mais sentido.
Além de reduzir o custo do projeto, essa infraestrutura também limita a superfície de ataque à ligação entre os sensores e os gateways, eliminando o risco dos malwares chegarem ao data center. Mais do que isso, devido à inteligência existente nos gateways, as empresas podem estender suas políticas de segurança dos data centers aos dispositivos. Assim, sempre que modificar um protocolo ou aplicação na nuvem, a mesma mudança será realizada automaticamente nos gateways, que evoluirão juntamente com o data center, inclusive, com as mesmas regras de segurança.
Porém, independentemente de adotar ou não os IoT gateways logo no início do projeto, antes de investir em um projeto de IoT as empresas devem avaliar também o aumento exponencial do volume de dados gerados. Por isso, além de sensores e infraestrutura, as organizações precisam de um sistema de big data aplicado para analisar esses dados e transformá-los em conhecimento. Essas informações, segundo o livro “A era do contexto” (título em português), ajudarão as companhias a venderem mais e de forma mais assertiva.
Analisar essa imensidão de dados de forma precisa e gerenciar todos os dispositivos que estarão fora do data center é um dos desafios que tem tirado o sono de muitos executivos. No entanto, mais do que resolver essas questões, eles precisarão atualizar a sua infraestrutura para suportar o aumento na demanda de rede, de capacidade computacional e de armazenamento.
Por isso, não basta apenas decidir investir em internet das coisas. As empresas precisam avaliar, antes de iniciar o projeto, toda a infraestrutura necessária para suportá-lo e as tecnologias necessárias para garantir a segurança das informações coletadas. Só assim serão capazes de tirar o melhor proveito dos dados gerados pelos inúmeros sensores.