Segundo Wall Street Journal, recurso pode ser anunciado pela gigante em algumas semanas. Com isso, empresa controlaria sua experiência web.
O Google ganha muito dinheiro com publicidade online. Agora, em uma iniciativa que pode parecer surpreendente à primeira vista, a empresa pode lançar um recurso de bloqueio de anúncio (ad blocker) que ficaria acionado por padrão nas versões mobile e desktop do Chrome, segundo o Wall Street Journal.
Essa possível ação do Google é vista mais como um ato defensivo do que uma mudança de postura da gigante quanto aos ad blockers, de acordo com a reportagem do jornal americano, que cita pessoas próximas do assunto como fontes.
Ao incorporar seu próprio ad blocker como um recurso no Chrome, o navegador mais popular do mundo, o Google parece esperar que os internautas utilizem o bloqueador padrão em vez de outras opções que se proliferaram no mercado nos últimos anos.
O bloqueador do Google permitiria que apenas determinados anúncios sejam mostrados, aponta o WSJ, que destaca que o recurso pode ser anunciado pela empresa em algumas semanas.
Os ad blockers são vistos como uma ameaça pelas empresas de publicidade. O Google, por exemplo, paga para ser parte do programa “Acceptable Ads” (algo como “Anúncios Aceitáveis”) da Eyeo, desenvolvedora do AdBlock Plus, que então permite publicidade na ferramenta de busca do Google e alguns dos outros anúncios que impulsiona para passarem pelos filtros da ferramenta, aponta o WSJ.
Os anúncios que serão considerados aceitáveis serão definidos pela Coalition for Better Ads. O grupo, que possui o Google como um dos seus membros, liberou em março seu relatórios Better Ads Standards, identificando os tipos de experiências de anúncios que “caem dentro do limitar de aceitabilidade dos consumidores”.
Deixando de lado a aparente incrongruência do Google entrar no mercado de ad blockers, a medida iria impactar quais tipos de anúncios os usuários do Chrome veriam (ou não veriam). Ao menos que desabilitem o recurso, a experiência web deles continuaria a ser determinada pela gigante de buscas.
A empresa ainda poderia decidir não seguir em frente com o seu plano, de acordo com o WSJ.
“Não comentamos rumores ou especulações”, afirmou o Google em um comunicado quando questionadosobre o assunto.