Somente a adoção do prontuário eletrônico garantiu maior controle ao processo, redução de erros e economia de R$ 820 mil.
O Hospital Unimed Recife III entrou para a história da saúde no Brasil em 2016 por uma conquista inédita na América Latina. A instituição obteve o certificado de hospital digital. O título, concedido pela maior associação de informática em saúde do mundo, a Healthcare Information and Management Systems Society (HIMSS), é resultado de um trabalho desenvolvido em parceria com a MV, fabricante de softwares para hospitais, clínicas, operadoras de planos de saúde, centros de medicina diagnóstica e redes de saúde pública, durante dois anos para o alcance do mais alto nível de tecnologia da informação clínica.
Com o objetivo principal de garantir maior qualidade assistencial, a adoção das soluções MV foi o pilar para ser o primeiro hospital com esse status entre os países latino-americanos. Além de histórica, essa conquista é também impactante no que diz respeito à economia hospitalar. Segundo Fernando Cruz, diretor médico do hospital, “o alto investimento é um dos principais desafios do projeto, porém o retorno não só é garantido como facilmente recuperado”. Alguns números mensurados mostram uma redução de gastos cinco vezes superior ao valor de R$ 1,3 milhão investido no projeto.
Farmácia clínica e pacientes
O aprimoramento do circuito fechado de administração com 95% das medicações administradas à beira-leito com dupla checagem, o registro automático no prontuário eletrônico de tudo que é infundido no paciente, a integração da farmácia clínica à equipe multidisciplinar, e a dispensação de medicamentos a partir da separação e identificação por nome do paciente, número do leito e horário da administração, garantiram maior controle ao processo, redução da incidência de erros e uma economia de R$ 820 mil.
A inserção de novos protocolos clínico-assistenciais no sistema MV permitiu um melhor direcionamento das condutas médicas com diagnósticos mais precisos e tratamentos mais assertivos. Isso resultou na redução da média de permanência de pacientes e, consequentemente, dos gastos em R$ 1,2 milhão. Afinal, alertas automáticos auxiliam as equipes médicas, por exemplo, no ato da prescrição, onde o sistema pode indicar possíveis interações medicamentosas, interações droga versus diagnóstico, alta dosagem de remédios, manifestações alérgicas, influências de drogas em exames, etc.
Auditoria e operação paperless
A integração máxima de todos os departamentos do HURIII para armazenamento de dados estruturados e usados por soluções de Business Intelligence (BI) e o processo de auditoria clínica para acompanhamento de toda a linha de cuidado do paciente aumentou o índice de desospitalização e reduziu em mais R$ 4,2 milhões os custos da instituição.
A disponibilidade de interoperabilidade com outros sistemas e instituições de Saúde, o acesso a dashboards em BI para apoio à decisão e o armazenamento de informações de variados equipamentos médicos no prontuário eletrônico reduziu em R$ 400 mil os custos com papel, pessoal e infraestrutura.
De acordo com Fernando Cruz, as preparações para alcançar a certificação da HIMSS no nível 7 – estágio máximo que garante o status de Hospital Digital, iniciaram logo após a conquista do nível 6 em 2014. “Foram dois anos ajustando e implantando tecnologias para automatização completa de processos e, principalmente, para mudanças estruturais voltadas ao aprimoramento do atendimento ao paciente. E nada disso seria possível sem a MV.”
Fonte: Computer World