Estudo mostra que os hackers estão de olho nos celulares pré-pagos. Eles não têm medo de se expor e se organizam como se fossem facções.
Além da sensação de convivência com a corrupção, na internet os brasileiros também correm mais riscos do que moradores de outros países. Uma pesquisa mostra que os invasores de computadores estão agindo livremente no Brasil. Eles não têm medo de se expor e se organizam como se fossem facções.
Invadir um sistema, um programa de computador. Os hackers fazem tudo isso. E agora, um pouco mais. Uma das maiores empresas de segurança digital do mundo faz um estudo todos os anos sobre os crimes digitais. E dessa vez, concluiu que o Brasil se transformou num paraíso para esse tipo de crime. Por questões de segurança, quem participou do trabalho não pode mostrar o rosto. Eles dizem que os hackers nem se preocupam em esconder os rastros.
“Muitos colocam todas as formas de contato nos seus anúncios, como e-mail, redes sociais também, perfis, outras mensagens instantâneas, telefones. Mas parece que não existe um medo da punição, e eles trocam informações livremente. Todos os órgãos da lei estão cientes do problema, trabalham, mas acredito que faltem recursos. A quantidade não é pouca de cyber criminosos”, diz pesquisador.
O estudo mostra que os hackers estão de olho, agora, nos celulares pré-pagos, aqueles que você precisa comprar crédito pra usar. De cada quatro linhas ativas no Brasil, três são pré-pagas.
“Ele pega o aplicativo original utilizado pra comprar crédito pra celular e modifica de forma que a sua segurança seja reduzida. E créditos possam ser comprados com cartões de créditos roubados”, explica outro pesquisador.
Os crimes digitais crescem e, sem controle, os hackers começam a se estruturar. Como no tráfico de drogas, alguns já se dividem em facções. E cada membro do grupo tem uma função definida no esquema.
Há os desenvolvedores, que criam os vírus, os programas maliciosos. E revendem ou alugam pra outros criminosos. Os operadores trabalham pra instalar esses sistemas nos computadores ou celulares das vítimas
“Enviam spams, e-mails não solicitados. Ou no caso de clonagem de cartão de crédito, vão a restaurantes e bares e tentam convencer garçons e funcionários a instalarem máquinas que foram modificadas ou softwares maliciosos nas máquinas de operação de venda”, aponta.
E os drops são espécies de laranjas, que recebem os produtos comprados com os cartões das vítimas. Pra evitar prejuízos maiores, a dica é atenção total. Monitorar a conta bancária e o cartão de crédito pra perceber a fraude logo no começo. E não abrir qualquer link ou mensagem que receber.
“Desconfiar de qualquer tipo de e-mail suspeito, de SMS recebido, promoções milagrosas, prêmios. Mas principalmente é ficar antenado, ficar ciente de que esse tipo de fraude ocorre e que nada, nenhum sistema é 100% seguro”, afirma.
A Polícia Federal não quis comentar a pesquisa.
Fonte: G1