Segurança é o principal empecilho para mercado de Internet das Coisas

Segundo especialista, existe um desequilíbrio entre o desenvolvimento de novos produtos e as preocupações dessas empresas com os dados dos usuários. 

Uma das estrelas principais das edições 2015 das feiras de tecnologia CES, em Las Vegas, e Mobile World Congress, em Barcelona, a Internet das Coisas (IoT) também chama a atenção por outro motivo além da possibilidade de conectar (quase) todos os nossos aparelhos: as vulnerabilidades de segurança em meio a tantos dados pessoais e de negócios envolvidos nos gadgets. 

Apontada como principal empecilho para o desenvolvimento do segmento de IoT, a (falta de) segurança pode contribuir para deixar os usuários com o “pé atrás” com a tecnologia e já fez até com que o governo dos EUA e gigantes de TI pedissem atenção para essa questão. 

Ritmos diferentes 

Apesar de oferecer uma maior conveniência e possibilitar diversas melhorias em serviços de saúde e outras áreas, a Internet das Coisas parece enfrentar um descompasso entre o desenvolvimento de novos produtos conectados e as pesquisas sobre possíveis vulnerabilidades desses gadgets, como aponta o engenheiro regional de vendas para a América Latina da Codenomicon, Emanuel Almeida. 

“Esse cenário no segmento de Internet das Coisas chama a atenção porque o avanço de novos produtos desse mercado está acontecendo de forma mais rápida do que o desenvolvimento de serviços voltados para segurança”, explica Almeida, destacando que é preciso existir um equilíbrio entre esses dois lados. 

Lições esquecidas 

Para o especialista, as empresas parecem estar esquecendo as lições que aprenderam no passado. “Há anos o mercado trabalha com o padrão de fazer testes e mais testes em softwares ou sistemas, por exemplo, e mesmo assim, ainda aparecem vulnerabilidades. É preciso implementar esse mesmo pensamento nos aparelhos de Internet das Coisas.” 

Almeida lembra que também é preciso existir esse mesmo pensamento do lado do usuário, no sentido de sempre manter os seus dispositivos atualizados com a versão mais recente dos sistemas, além de utilizar as ferramentas de segurança disponíveis.  

Startups 

Um dos motivos para esse cenário, aponta o especialista, pode ser explicado pela grande quantidade de startups e pequenas empresas atuando neste mercado. “Se a empresas não é tão grande quanto Apple ou Google, por exemplo, pode não olhar para essa questão, o que acaba deixando tudo um pouco inseguro.” 

Fonte: ComputerWorld