Tentativas de vendas online falsas crescem 4,5 vezes de janeiro a agosto
O comércio eletrônico teve grande alta na pandemia e, com a chegada da Black Friday, o setor, que deu uma recuada devido à crise econômica, já vem se aquecendo nas últimas semanas. Com isso, fica um alerta para o consumidor a respeito de uma modalidade de cibercrime que também está em ascensão: as tentativas de vendas falsas no e-commerce, aquelas em que as ofertas “imperdíveis”, na verdade, são bandidos tentando ficar com o dinheiro do consumidor sem entregar o anunciado.
Segundo o estudo Censo de Fraude, da Konduto, vertical antifraudes da empresa de inteligência analítica Boa Vista, foram quase 13 milhões de tentativas de fraudes no comércio eletrônico brasileiro foram evitadas por seus serviços de proteção entre janeiro e agosto de 2022. A companhia estima que cerca de R$ 6,8 bilhões em prejuízos foram barrados em compras online e pagamentos digitais. O número de tentativas de compras “fake” bloqueadas foi, proporcionalmente, 4,5 vezes maior que o registrado nos primeiros oito meses de 2021.
Em uma data recente de comércio eletrônico aquecido, dá para ter uma ideia do volume das atividades dos criminosos. Nos cinco dias que antecederam o Dia dos Pais em agosto deste ano, a Konduto diz ter evitado R$ 1,5 bilhão em fraudes, montante 85% maior do que no mesmo período em 2021.
Em quais dias e horários as tentativas de vendas online falsas mais ocorrem?
O estudo revelou que 78% das tentativas de fraudes analisadas e evitadas pelo serviço da Konduto ocorreram no Brasil entre segunda a sexta-feira — o percentual é calculado a partir do total de ofertas analisadas, tanto as autênticas quanto as “fake”. Nos sábados e domingos foram registradas 22%. “Para o fraudador é interessante que sua ação passe despercebida pelos sistemas de segurança. Realizar uma compra durante os dias úteis, quando o movimento é maior, é uma forma de tentar se camuflar. Quanto mais parecido o comportamento do fraudador for com o do cliente comum, mais difícil fica a identificação da fraude”, explica Tom Canabarro, diretor de antifraude da Boa Vista.
De acordo com o levantamento, a faixa predileta dos bandidos está entre as 18h e 23h, com 32,64% das tentativas de fraude bloqueadas. O período das 12h às 17h foi o que apresentou mais golpes barrados, com um percentual de 38,08%. Já o horário com o maior volume financeiro de prejuízos evitados foi o da faixa das 12h às 17h.
Com relação aos dispositivos com maior incidência de tentativas de vendas online falsas, nos oito meses de pesquisa deste ano, 73% das fraudes analisadas no Brasil vieram de transações em aparelhos móveis. Em termos de volume financeiro, o percentual em celulares e tablets cai para 68%, enquanto PCs e notebooks aparecem com 32%
Como se proteger de tentativas de vendas online falsas?
Encontrou aquele produto que você tanto vem namorando nos últimos tempos com um preço atraente e a oferta imperdível está com o tempo quase esgotado? Pense duas vezes antes de fechar a comprar ou fornecer dados. Veja abaixo dicas para não ser a próxima vítima de vendas fraudulentas no e-commerce:
- Pesquise bem a oferta, tenha certeza da procedência e busque mais informações sobre quem está vendendo;
- Desconfie de promoções com grandes descontos ou ofertas duvidosas;
- Dê preferência a sites conhecidos e confira sempre se o endereço do site é o verdadeiro. Para garantir, não clique em links e digite o endereço no navegador;
- Sempre use o cartão virtual para realizar compras na internet;
- Desconfie de sites que tenham como forma de pagamentos apenas Pix;
- Nunca clique em links de promoções recebidas por e-mail, SMS, redes sociais e WhatsApp;
- Desconfie de mensagens SMS informando transações que você não reconheça e pedindo para ligar para uma Central 0800;
- Caso receba uma ligação, desligue e procure o gerente de sua conta imediatamente, de preferência, em outro aparelho de telefone. Lembre-se de que o banco nunca pede seus dados por telefone;
- Se for pagar a compra com boleto, confira quem é a empresa beneficiária que aparece no momento do pagamento do boleto, no aplicativo ou site do banco. Se o nome for diferente da marca ou empresa onde a compra foi feita, a transação não deve ser concluída.
Fonte: Canaltech